21/02/2014

MANOEL RIBAS: “Justiça sequestra soja de Reserva Indígena”

(Imagens de Biné Filho)
Depois do protesto de agricultores que estão com 42 mil sacas de soja apreendidas acusados de plantar irregularmente em terras indígenas, Justiça Federal sequestra nova safra plantada no mesmo local
NO VÍDEO - Entrevista com Dr. Alexandre Figueiredo, da Advocacia Zanotti,  e com o oficial de Justiça de Guarapuava  
Na tarde desta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014, a Rádio Nova Era, entrevistou o Advogado Alexandre Figueiredo, da Advocacia Zanotti, de São João do Ivaí. Pois numa ação do escritório que tem como responsável o Dr. Alikan Zanotti, a Justiça decidiu sequestrar a produção de aproximadamente 600 alqueires, que está sendo colhida na Reserva Indígena Ivaí, em Manoel Ribas. Direto de Manoel Ribas, ainda recebemos  informações do Radialista Biné Filho, e segundo ele, a Polícia Federal, chegou acompanhando o oficial  de Guarapuava - Ermis Roberto Kluber. Eles vieram com a missão de cumprir uma determinação Justiça, que por meio de uma medida cautelar, decidiu pelo sequestro do soja que está sendo colhida na área de terras da aldeia Indígena Ivaí. Por volta das 15h00min, eles chegaram na Prefeitura da cidade, onde vários agricultores também se fizeram presentes. Em uma entrevista coletiva, concedida à imprensa regional, Ermis falou sobre a decisão . “É uma medida de asseguratória de sequestro porque foi aberto um inquérito policial pela Justiça de Guarapuava depois que houve a notícia que associação comunitária da Reserva Indígena de Ivaí, tinha feito um contrato de arrendamento com a empresa Ecobliski Companhia LTDA de Guarapuava, quando na verdade isso é proibido, o que pode ser feito é uma prestação de serviços, porque as terras são da união e não podem ser cedidas assim para terceiros, a não ser que haja uma licitação. Então, estamos notificando o senhor Elias Fomer, que é responsável pela empresa para ele também traga de volta a soja que já foi levada para a Cooperativa CRK de Santa Maria para que ela seja entregue para a Coamo que ficará como fiel depositária”, disse Ermis Roberto Kluber. ENTENDA O CASO:
Na terça-feira, 18 de fevereiro, de 2014, cerca de 24 famílias que estão com mais de 42 mil sacas de soja sequestradas pela Justiça e depositadas na unidade da COAMO, de Manoel Ribas, fizeram um protesto que começou às 08 horas da manhã, para chamar atenção da Justiça, a qual, na visão dos manifestantes, precisa dar celeridade na tramitação de um processo que julga um impasse que começou em março de 2013, quando a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na prisão do ex cacique “Dirceu” da aldeia Indígena Ivaí. Ele foi acusado de ter arrendado as terras dos índios para terceiros de forma irregular. Na época a Justiça Federal determinou que a unidade da Coamo de Manoel Ribas ficasse como fiel depositária da produção. De lá para cá, o processo não avançou, e apesar do Cacique ter sido liberado, a soja continua apreendida e estes produtores alegam prejuízos irreparáveis, pois ficaram com dívidas, tendo como consequência uma crise que afetou produtores e o comércio local. Em entrevista, nesta terça-feira, o produtor de nome Marcelino, disse a nossa reportagem que enquanto eles são tratados como bandidos, a mesma área estava sendo cultivada por uma empresa de Guarapuava que plantou toda área, cerca de 600 alqueires sem que fosse incomodada, mesmo diante de denúncias questionando a suposta autorização. "As autoridades estão na contra mão, pois enquanto no resto do País, brancos e índios brigam por causa de terra, no município há uma harmonia, um entendimento e isso tem levado conforto para os indígenas que compraram veículos novos, ônibus e outros carros com o lucro da área. E uma notícia ainda mais positiva, os brancos estavam ensinando os índios que em pouco anos já conseguiriam cultivar a sua própria lavoura, caso decidissem assim, ai vem uma decisão da Justiça e barra tudo isso", afirmou naquele dia o advogado Dr. Alikan Zanotti. Nesta quinta-feira, dois dias, chegou o resultado positivo que os manifestantes acreditam que seja uma consequência do protesto, que foi apreensão da colheita atual. MAIS DETALHES - Em 2013, índios já havia feito um protesto, e apesar da repercussão, não surtiu muito efeito na tramitação do processo. Nesta terça-feira, 18-02-14, os manifestantes decidiram fechar a via rural da Reserva Indígena, que da acesso a Rodovia, próximo ao aeroporto para impedir que o fazendeiro retire a produção. O manifesto dos agricultores teve e tem apoio do Comércio Local, Igreja Católica, autoridades políticas e outras entidades.


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