06/09/2013

ARTIGO - Dom Celso Antonio Marchiori, de Apucarana

A Importância da Bíblia para os discípulos de Cristo:  “Meu povo se perde por falta de conhecimento” (Os 6, 4).
Apucarana, 01 de setembro de 2013
Desde quando eu li, pela primeira vez, esse versículo da Bíblia: “Meu povo se perde por falta de conhecimento” (Os 6, 4), meu pensamento não me deixou em paz. Comecei, então, a procurar em outras traduções e percebi que o verbete “se perde” pode ser também traduzido como: está morrendo, está perdendo a fé, está se desviando, está sendo enganado, está se dispersando, fica sem rumo, está desvirtuado, está arruinado, e assim por diante. De fato, sem a Palavra de Deus, rezada, acolhida, assimilada, encarnada, e em comunhão com a Igreja, perdemos o rumo da vida e deixamos de ser discípulos de Cristo. Quando entramos em contato com os santos evangelhos, vamos percebendo que Jesus falava com seus discípulos constantemente. A Palavra de Jesus os animava, ensinava, corrigia, apaziguava; constantemente os discípulos eram questionados por Jesus em relação aos seus comentários, às suas atitudes e às suas reações, nem sempre apropriadas para quem andava com Jesus. E Jesus lhes falava duramente questionando, inclusive, sua fé e seu seguimento. Certa vez, em relação ao tema do Pão da Vida, quando alguns discípulos começaram a se afastar porque as Palavras de Jesus lhes eram muito duras, pois não compreendiam quando o Senhor lhes sugeria de comerem sua carne e beberem o seu sangue, Jesus chegou a dizer aos Doze, nesta ocasião, e com muita ênfase, se eles também queriam ir embora.
Ao que Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens Palavra de vida eterna!” (Jo 6, 68).  Assim como aos discípulos e aos seus apóstolos nos evangelhos, também a nós, discípulos de hoje, Jesus exorta, ensina, motiva, corrige, questiona e suscita uma resposta concreta para que assumamos, livre e alegremente, a missão de evangelizar, de testemunhar e de transformar a realidade laica, ateia, consumista, materialista, cuja cultura nos leva à morte, à destruição, onde Deus é excluído, o ser humano é descartado, os valores cristãos deletados, enfim, uma realidade anticristã que leva em conta somente a matéria e o prazer aqui e agora e onde “quem pode mais chora menos”.  Por isso, meus irmãos e minhas irmãs, aproveito para lhes fazer um apelo: leiam a Bíblia. Estudem a Palavra de Deus. Conheçam as Sagradas Escrituras. Não percam tempo com coisas que não edificam. Conhecer as Escrituras é conhecer a Cristo. Portanto, tenham a cada dia um horário marcado com o Senhor e se dediquem à leitura e à meditação da Palavra. Deixem que sua luz invada seu coração, sua mente, todo o seu interior. Não permitam que ninguém se perca por falta de conhecimento deste conteúdo salutar. Que ninguém sofra por não beber desta “água viva que jorra para a vida eterna” (cf. Jo 7, 38).  Quantas pessoas que, por não conhecerem a Bíblia Sagrada, pereceram, foram exploradas, dispersas, separadas da comunidade e até da família. Quanta gente anda por aí sem saber o que quer da vida, justamente porque ignora as Páginas Sagradas. Pessoalmente, em família, em grupos, em Movimentos, em Pastorais, que todos, de algum modo cultivem o belíssimo hábito da Lectio Divina, ou seja, da leitura orante da Bíblia, pois como nos diz as mesmas Escrituras, “a Palavra é uma lâmpada para os nossos passos” (Sl 118, 105).  Será também muito proveitoso e edificante se nos habituarmos em presentear uma Bíblia para as pessoas que nos circundam, como parentes, amigos e colegas. E que todos os pais incentivem seus filhos para que também eles se esforcem por conhecer mais as Sagradas Escrituras, pois nelas eles encontrarão incessantemente seu alimento e sua força. Especialmente, que nossos jovens se habituem a ler os Evangelhos, pois como nos diz o documento Verbum Domini, em seu número 104, encontramos nos jovens “uma abertura espontânea à escuta da Palavra de Deus e um desejo sincero de conhecer Jesus. De fato, na idade da juventude, surgem de modo irreprimível e sincero as questões sobre o sentido da própria vida e sobre a direção que se deve dar à própria existência. A estas questões só Deus sabe dar verdadeira resposta. Esta solicitude pelo mundo juvenil implica a coragem de um anúncio claro; devemos ajudar os jovens a ganharem confidência e familiaridade com a Sagrada Escritura, para que seja como uma bússola que indica a estrada a seguir. Para isso, precisam de testemunhas e mestres, que caminhem com eles e os orientem para amarem e por sua vez comunicarem o Evangelho sobretudo aos da sua idade, tornando-se eles mesmos arautos autênticos e credíveis”.  Que a Mãe de Jesus, feliz porque acreditou, e, nesta fé, acolheu no seu ventre o Verbo de Deus para o dar ao mundo, seja um luminoso sinal para todos os que querem ser fiéis seguidores da Palavra Viva, Jesus Cristo, nosso mestre e Senhor. ( Escrito por Dom Celso A. Marchiori - Bispo de Apucarana)

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