"COLUNA DO PE. NATALÍCIO" "PRESTAÇÃO DE CONTA" (Lc 16 1 - 8)

Na minha vida de Padre, já passei por 2 Paróquias. Aqui em Marilândia é a terceira. Sempre procurei fazer bem aquilo que assumo. Sempre trabalhando com as equipes e conselhos. Valorizando as Pastorais e os Movimentos. Um grande carinho com as comunidades urbanas e rurais. Fiquei 5 anos na primeira Paróquia, São João do Ivaí e 14 na segunda Paróquia, Bom Jesus de Ivaiporã. Muitas pessoas perguntam porque alguns Padres são transferidos mais que outros. É bom ou é mal ser transferido frequentemente? Tenho várias possibilidades de respostas: As transferências podem ser por deficiências do Padre ou por necessidade da Igreja, Diocese ou Paróquia. Portanto as transferências podem ser sinais de qualidade ou de defeito do Padre. O Padre pode ser importante em determinado lugar e por isso o transferem. Mas pode ser também que o Padre crie problemas onde está e por isso é preciso ser transferido. Cada vez que o Padre é transferido, deve prestar conta da sua administração. Essa prestação de contas é importante para a comunidade, para a Paróquia e para a Diocese. Esse momento de prestar contas pode ser angustiante e triste ou alegre e vitorioso. É o momento de mostrar as vitórias e as derrotas, o que ganhou e o que perdeu. O que plantou e o que matou. É o balanço das atividades realizadas no período em que o Padre exerceu o seu ministério naquela Paróquia. O relatório desta prestação de contas é importante para o outro Padre que vai chegar e também para a nova Paróquia do Padre que tá saindo. Louvo e agradeço a Deus pelo trabalho que fizemos nos 5 anos que fiquei em São João e nos 14 que fiquei em Ivaiporã. Peço as Bençãos de Deus pelo nosso trabalho aqui em Marilândia. São quase 4 anos, trabalhando junto com esse povo querido! Para nós Padres, essa prestação de contas é muito boa, e ajuda a gente a crescer. Mas há uma outra prestação de contas mais complicada. São aqueles casos em que o Padre é suspenso de Ordem, perdendo o Ministério e sua Missão Canônica. Não é muito comum mas em nossa Diocese aconteceram tres fatos recentemente. É uma situação difícil pois nós Padres normalmente não aprendemos fazer outra coisa. Nossos estudos são destinados quase que exclusivamente para o Ministério. Conheço ex-padres que passaram sérias dificuldades. Alguns são mais espertos e, antes de deixar o Ministério, criam boas relações com amigos e conhecidos para que seja socorrido depois quando deixarem o Ministério. Isso me faz lembrar da Parábola que Jesus Cristo contou sobre o administrador infiel. O administrador sabendo que ia perder o cargo, usou de sua influência, e praticando corupção, "abriu novas portas" para que fosse acolhido quando o patrão o mandasse embora. Essa esperteza foi elogiada pelo patrão embora tenha sido infiel e desonesto (Lc 16, 1 - 8). No final desta história, Jesus afirma que: "os filhos deste mundo, em seus negócios, são mais espertos que os filhos da luz". De fato, isso acontece ainda hoje. Para resolver nossos problemas diários, sempre damos um jeitinho. Mas para trabalhar nas Obras de Jesus, quase sempre temos uma desculpa para não aceitar. As dificuldades parecem enormes. Achamos que não sabemos fazer, não temos tempo, não somos capazes, não temos dons... Que pena que seja assim! Por sermos Filhos da Luz, devíamos ser mais espertos! Fomos batizados pra isso! Mas isso vai mudar! Trabalho pra isso e acredito nisso! E que ASSIM SEJA...

ORAÇÃO:

Ó Deus! Pai de Poder!

Pelo Vosso Poder Infinito:

- Ajudai-nos a estar sempre preparados para a nossa prestação de contas!

- Não permitas que descuidemos do nosso acerto final Convosco!

- Fazei-nos espertos também nas coisas do Vosso Reino!

- Ensinai-nos a fazer boas amizades sem praticar corrupção!

- Recebei nossos louvores pelos administradores honestos e fiéis...

AMÉM!