"COLUNA DO PE. NATALÍCIO" "EMPREGADO ESPECIAL" (Lc 7, 1 - 10).

No final do ano passado, por acasião do meu aniversário, ganhei alguns presentes especiais. Como todo mundo, eu também gosto de ganhar presentes. Entre aqueles presentes havia um CD com músicas raize. Foi um presente dos amigos Elcio Silva e Beto Borges da Rádio Ubá de Ivaiporã. É uma coletânea com mais de 130 músicas. Todas contando histórias verídicas. Histórias de emocionar. Fazendo sorrir ou fazendo chorar. Uma dessa se chama "Mar Vermelho" com Jacó e Jacozinho". Conta a coragem e a fibra do empregado de uma família do interior. Deu a sua vida tentando salvar a vida de uma garotinha. É um poema bem rimado e traz fortes emoções. Se puder ouvir, faz bem. "Era no mes de novembro, a chuvarada caiu. As águas do rio do peixe com a enchete subiu..." Frederico Cruz morava do outro lado do rio e tendo uma menina doente, um médico a mãe pediu. Um camarada da casa foi buscar socorro. Na ida ele teve sorte. A chuva não impediu. Mas... Na volta... Aconteceu o pior. Morreu com os remédios no bolso... Não se sabe o nome daquele empregado, mas, certamente, era alguem de confiança. Quando ouço essa música fico pensando numa história do tempo de Jesus... Um Oficial Romano procurou o Mestre pedindo a cura para seu empregado. Também não sabemos o nome deste empregado e nem o do Oficial. Mas a história foi marcante que chegou a impressionar o Senhor (Lc 7, 1 - 10). O Oficial era querido pela comunidade. Pediram para Jesus o atender dizendo-lhe que ele merecia ser atendido. Ele tinha até construido uma sinagoga praquele povo. É impressionante notar que o Oficial era pagão. Não pertencia ao povo judeu. Um homem tão importante (era Líder do Exército Romano), vir à Jesus para pedir cura para um empregado??? Esse empregado tinha que ser de muita estimação. Aquele Oficial tinha muita fé e humildade. Fé no poder de Jesus e humildade para se rebaixar a ponto de pedir ajuda a um pobre judeu em favor de um "empregado"... Fico pensando no relacionamento entre patrão e empregado nos dias de hoje. São raros os empregados ou empregadas que merecem tal distinção. Também não encontramos tantos patrões como aquele Oficial Romano. Normalmente o relacionamento entre patrão e empregado é marcado por dureza, broncas e humilhações e, muitas vezes acabam na justiça do trabalho. Não gosto disso. Não é esse o ensinamento do Evangelho. Devia haver mais solidariedade nestas relações. Empregado não devia trabalhar só pensando no pagamento. Devia pensar também no prazer de servir. Patrão não devia tratar empregado como se fosse um animal cargueiro ou pior. Patrões e empregados são seres humanos e devem ser respeitados como filhos de Deus...

Patrões deviam tratar seus empregados, pelo menos, dentro das normas das Leis Trabalhistas. Mas deveriam ser melhor. A Lei é o mínimo. Mas empregados tratados assim, jamais deviam denunciar seus patrões na justiça. Deveria haver mais diálogo e humildade entre as duas partes. Não gosto de patrões injustos. Mas também não gosto de empregado preguiçoso e mal agradecido. Vivo sonhando com um mundo de paz onde as relações humanas sejam marcadas pela misericórdia, serviço e solidariedade como nos ensinou o Mestre Jesus Cristo. Acredito, divulgo, rezo e trabalho para isso. Convido a todos para ficarmos juntos na oração e unidos no trabalho...

ORAÇÃO:

Ó Deus! Pai de Poder!

Pelo Vosso Poder Infinito:

- Orientai, para o bem, a relação patrão-empregado!

- Fazei que patrões tratem seus empregados com misericórdia!

- Dispertai nos empregados, o desejo de ser mais e melhor!

- Conservai, em nós, a fé e a humildade daquele Oficial Romano!

- Aceitai nossos louvores pela solidariedade entre patrões e empregados...

AMÉM.