14/10/2010

POLÊMICA EM APUCARANA - Câmara questiona “inchaço” na Prefeitura de Apucarana

CABIDE DE EMPREGO - Requerimentos pedem relação de comissionados, quanto ganham e onde trabalham
A Câmara de Apucarana aprovou, em sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (13), o requerimento 58/2010, de autoria do vereador José Airton de Araújo, o “Deco” (PR), pedindo ao prefeito João Carlos de Oliveira que forneça ao Legislativo a relação de servidores efetivos e comissionados que tenham entre si ligação de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau. “A Prefeitura de Apucarana virou um cabide de emprego para algumas famílias. Onde está escrito que se o marido tem emprego na Prefeitura a mulher e os filhos têm que ter emprego também?”, questiona o vereador. Segundo Deco, essas pessoas estariam inchando a folha de pagamento e onerando os gastos da Prefeitura com pessoal. “Muitas dessas pessoas recebem sem fazer nada, enquanto falta operário para tapa-buraco, para varrer as ruas, para desentupir bueiros e bocas de lobo, fazer roçada e vários outros serviços. Pelos nossos levantamentos, a Prefeitura poderia fazer cortes que permitiriam, de imediato, dispensar umas dez dessas famílias e contratar com o mesmo dinheiro pelo menos 50 operários”, argumenta Deco. O requerimento foi aprovado por unanimidade. A matéria complementa outro pedido, já aprovado, de autoria de vereadora Lucimar Scarpelini (PP), e que solicita a relação completa dos servidores em cargo comissionado (contratado sem concurso), onde trabalham, o que fazem e quanto recebem. Não se sabe ao certo quantos servidores comissionados há na Prefeitura e em órgãos a ela vinculados. Alguns vereadores falam em 400, mas há quem afirme que o número pode ser bem maior. “O prazo para que a administração respondesse já acabou e as informações que solicitamos ainda não vieram”, afirma Lucimar. “Queremos saber quem está de fato trabalhando e quem só aparece para balançar bandeira na praça em época de eleição. A Prefeitura não tem mais recursos para investir em nada”, segue Lucimar, lembrando que o próprio João Carlos admitiu, durante audiência pública, que a despesa com pessoal atinge quase 51%, sendo que o limite permitido por lei é de 53%. “A folha está muito próxima de extrapolar o limite legal. Esse é um assunto que vamos ter que debater na hora de votar o novo orçamento”, acrescenta Lucimar. Os vereadores devem pedir apoio ao Ministério Público, caso as informações não cheguem nos próximos dias. Alcides Ramos (DEM) lembrou que o governador eleito, Beto Richa, adotará o contrato de gestão, um sistema através do qual cada secretário recebe um plano de metas para executar durante o ano. “Que não atingir as metas será demitido. É um sistema moderno de gestão, que faz o titular de cada pasta se virar e trabalhar. Em Apucarana, se esse modelo fosse adotado, ficaria muito pouca gente no primeiro escalão”, afirmou Alcides. Para ele, o prefeito João Carlos de Oliveira precisa reduzir o inchaço e dar uma “chacoalhada geral” em toda a equipe. “As urnas mostraram a insatisfação da população. Se continuar como está, não dá”, finalizou.

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