15/01/2010

BRASIL CHORA...

Visitação pública ao velório de Zilda Arns é retomada depois de missa reservada
A cerimônia foi comandada por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança, na década de 1980
A Visitação pública ao velório de Zilda Arns é retomada depois de missa reservada A cerimônia foi comandada por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança, na década de 1980 O velório da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, que ocorre no Palácio das Araucárias, sede do governo estadual, foi reaberto ao público por volta das 15h15 desta sexta-feira (15). A visitação ficou suspensa por cerca de duas horas para realização de uma missa reservada à família e amigos próximos. A cerimônia foi comandada por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança, na década de 1980. Vida dedicada à saúde pública Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Visitantes, organizadores da cerimônia e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, falam sobre Zilda Arns Aproximadamente 500 pessoas aguardavam do lado de fora para prestar a última homenagem a médica. A fila se estendia por toda a Rua Jacy Loureiro de Campos e chegava até a Prefeito Ernani Santiago de Oliveira. A visitação começou por volta das 12h30. O velório ficará aberto até as 14 horas de sábado (16), quando será celebrada uma missa de corpo presente. Entre os acompanharam a celebração estão o governador Roberto Requião (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) que chegaram ao local por volta das 13h10. Os dois demonstravam estar bastante emocionados quando adentraram a sala onde é realizado o velório, e Temer não escondia as lágrimas. "A trágica morte de Zilda Arns nos deixa um exemplo de respeito pela atuação que ela teve ao longo da vida. Uma pessoa despojada de vaidades, voltada para as grandes causas sociais. A dona Zilda trabalhou para o Brasil e para a humanidade. Estamos aqui para trazer não apenas o nosso sentimento pessoal, mas de toda a Câmara dos Deputados do Brasil", disse Temer durante a cerimônia. Requião disse que pediu pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que indique o nome de Zilda ao prêmio Nobel da Paz, mesmo após sua morte. "Sem dúvida nenhuma ele vai atender à solicitação", afirmou. Outro pedido que o governador fez a Lula foi quanto à criação de um prêmio com o nome de Zilda Arns, a ser entregue a pessoas que se destaquem na luta contra a mortalidade infantil e materna. O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) - que estava em Washington, nos EStados Unidos -, o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), e o senador Alvaro Dias (PSDB) chegaram à missa por volta das 14 horas, com a cerimônia já em andamento. Depois da missa, Beto Richa disse que a morte de Zilda é uma perda irreparavel. "A doutora Zilda era uma pessoa com sentimneto de amor sem limites", afirmou. Dom Geraldo Magela classificou a morte de Zilda Arns como um sinal divino, por ela ter morrido em uma missão de paz em um país tão pobre como o Haiti. Por volta das 16 horas, chegaram ao velório o governado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e o governador de São Paulão José Serra. Também está prevista a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele deve chegar a Curitiba por volta das 19 horas. Início do velório Logo que chegou ao local, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do Palácio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório, na qual fez um agradecimento ao trabalho da missionária. Ao fim da prece, familiares da médica que estavam presentes aplaudiram as palavras por cerca de um minuto. Do lado de fora, as pessoas que formavam fila na porta do Palácio das Araucárias rezavam, emocionados, o Pai Nosso, enquanto aguardavam para entrar. As liberação da fila foi feita pela sobrinha-neta de Zilda, Caroline Arns, que conduziu os primeiros visitantes ao caixão. O primeiro grupo de pessoas que entrou era composto por voluntários da Pastoral da Criança, que choravam muito e entoavam músicas religiosas ao passar pelo corpo da médica. O senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica, bastante abatido, falou rapidamente com a imprensa logo que chegou à sede do governo. Ele disse que um passo que Zilda deu no momento do tremor foi o que determinou sua morte. “Ela já havia encerrado seu discurso na igreja em que estava, quando começou o terremoto. Quando deu um passo à direita, acabou atingida pelos escombros”, disse. O senador ainda relatou o cenário de destruição que encontrou no Haiti. “As pessoas não têm as mínimas condições de vida por lá”, definiu. Além de Arns, a freira Rosângela Altoé, que esteve no Haiti com Zilda, também acompanhou todo o transporte do corpo da médica até o local do velório. Chegada ao Brasil O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba. O avião que trouxe o corpo da médica chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião chegou por volta das 10h20. O caixão saiu por volta das 10h50 em um cortejo com destino ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico de Curitiba. O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanha o transporte do corpo desde o Haiti. No Afonso Pena, o fluxo de pessoas era normal no momento do desembarque, e não havia grande movimentação por conta da chegada do corpo da médica. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Militar (PM) e seguido por carros de parentes de Zilda. Fila Momentos antes da porta do Palácio das Araucárias se abrir para o público, cerca de 500 pessoas, inclusive crianças, já formavam uma fila em frente ao prédio. As duas primeiras pessoas, Maria Olina Aparecida e Justina Ângela Basso, voluntárias da Pastoral, estão no local desde as 8 horas. “Como curitibanas, queremos ser as primeiras a acolher e recepcionar as pessoas que virão de outros lugares aqui hoje”, contou Justina. “É um dia de muita tristeza, mas também de triunfo para a Zilda, que recebe essa manifestação tão grande de pessoas”, disse Maria. Um espaço está reservado no estacionamento do Palácio Iguaçu para receber caravanas com centenas de ônibus, vindos de diversos estados. Eles trarão seguidores, fiéis e colaboradores da Pastoral da Criança pelo país. No Palácio das Araucárias, os visitantes devem subir a rampa que dá acesso aos corredores e caminhar cerca de cem metros até chegar ao recinto, no térreo, onde está o caixão com o corpo de Zilda. Um corredor foi montado para a passagem do público geral, enquanto familiares e autoridades poderão permanecer na sala por mais tempo, em um espaço com cadeiras. Enterro Ainda no Palácio das Araucárias, está programada para as 14 horas a missa de corpo presente da médica. O culto será exibido em telões na Praça Nossa Senhora de Salete - situada nas proximidades do Palácio das Araucárias - para que a população também possa acompanhá-lo, e pela internet, em um link que será disponibilizado no site da Pastoral da Criança. Após a celebração haverá o sepultamento no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares. Tragédia Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República. A médica havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para esta sexta-feira (15). (Fonte Gaz P)




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