02/01/2010

ASSISTA O VÍDEO DE UMA TRAGÉDIA

Tragédia em Angra dos Reis desafia os bombeiros no RJ
O trabalho de resgate é muito difícil. Os bombeiros tentam encontrar, no meio de toneladas de terra, vítimas dos deslizamentos que soterraram uma pousada na Ilha Grande
Click no link abaixo e assista o vídeo com a matéria completa publicado no Jornal Nacional
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1184402-7823-DESLIZAMENTOS+DE+TERRA+MATAM+MAIS+DE+PESSOAS+NO+LITORAL+DO+RIO,00.html
MATÉRIA SOBRE O TEMA: Deslizamentos de encostas na virada do ano deixaram, até às 20h15 desta sexta-feira (1), 29 mortos em Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio; 19 em uma única praia na Ilha Grande, onde a terra soterrou moradores e turistas. A imagem impressiona. Terra, pedras e árvores desceram em cima de pelo menos três casas e parte de uma pousada. A Praia do Bananal ficou debaixo de galhos e lama. E o mar, tingido de marrom. “Por volta das 2h30, meu filho desceu e disse para eu correr, porque tinha acontecido algum estrondo. Aí nós ouvimos o barulho e, conforme as pedras desceram, quatro rapazes foram derrubados. Aí eles vieram gritando por socorro. A gente foi socorrendo as vítimas”, disse um turista. Durante o dia, a água da chuva ainda descia da encosta como cachoeira – um cenário de destruição. O trabalho de resgate do Corpo de Bombeiros é muito difícil. Eles tentam encontrar, no meio de toneladas de terra, vítimas da tragédia. “O volume de terra é fantástico. Eu ainda não pude precisar quantas toneladas de entulho de que escorregou do alto do morro atingiram essas residências e essa pousada”, disse o secretário da Defesa Civil, coronel Pedro Machado. A todo momento, bombeiros resgatavam corpos no meio dos escombros. Moradores da praia passaram em desespero o primeiro dia do ano. Eles lamentam a perda de parentes. Um caseiro Charles Pereira perdeu nove parentes: “Meu irmão, minha neta, minha cunhada, sobrinho”, disse o caseiro. A pousada atingida foi construída em 1994 e tinha 12 quartos. Ainda não se sabe o numero de pessoas que estavam hospedadas. Os donos - um casal de Belo Horizonte - fugiram a tempo, segundo parentes. Mas ainda de acordo a família, a filha deles e um grupo de dez amigos não conseguiram escapar. Os bombeiros da Ilha Grande tiveram que receber reforços do Rio de Janeiro. Mais de cem homens trabalham no local. Militares da Marinha e policiais também foram chamados. Um delegado da Polícia Federal se surpreendeu quando chegava de lancha para ajudar. “Nós encontramos um corpo boiando aqui na baía e resgatamos”, diz o delegado da Polícia Federal Marcelo Vilela. Nove dos mortos confirmados até às 20h15 de hoje estavam na parte do município de Angra dos Reis que fica no continente. Os deslizamentos começaram no fim da noite de ontem, quando famílias esperavam pela virada do ano. Do alto, é possível ver 30 pontos de desmoronamentos nas encostas de Angra. O maior deles foi no Morro da Carioca, no centro. A terra deslizou levando a vegetação, pedras e muito barro em direção às casas. Tudo o que estava no caminho foi destruído. Se não fosse o último dia do ano, a tragédia seria ainda pior. Moradores que aguardavam a virada ouviram o barulho do barranco descendo. “A gente escutou o falatório e gritos. Diziam que o morro estava descendo. Aí juntamos todo mundo e descemos somente com a roupa do corpo. Não deu tempo de tirar nada”, contou o aposentado José Elias Maia. Mas nem todos conseguiram fugir. “É muito triste você conseguir sair e os seus vizinhos não conseguirem”, diz o professor Oseias Maia. Foram momentos de desespero. “Nós escutamos o barulho de crianças. O garoto estava enterrado até o pescoço. Nós pegamos a colher, cavamos e tiramos o menino”, lembra o estudante Vanderlei Alexandre. Cinco casas ficaram soterradas. Os corpos foram encontrados ao longo do dia. Duzentos e cinquenta homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil trabalham no resgate. O trabalho de buscas dos corpos é muito difícil. Muitas casas destruídas ficavam no alto da encosta e é praticamente impossível chegar ao local com máquinas ou equipamentos pesados. Tudo é feito manualmente e voluntários ajudam. Segundo a Defesa Civil, 600 pessoas estão desabrigadas em todo o município. “A gente pede que as pessoas tenham essa compreensão e saiam de casa porque, se chover mais um pouco, nós vamos ter problemas. Depois de três dias de chuva, é perigoso”, destaca o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. A procura por vítimas e sobreviventes foi suspensa por volta das 20h na região central de Angra dos Reis. Mas na Ilha Grande, os trabalhos continuam com a ajuda de refletores. Chegou do Rio, por volta das 20h, uma retroescavadeira e uma equipe especializada em resgate para ajudar nos trabalhos. A cidade inteira está assustada. Afinal, muitas pessoas têm parentes ou amigos que vivem nessas encostas. E os moradores viveram muito de perto essa tragédia. Foram os primeiros a prestar socorro e durante todo o dia continuaram a ajudar como voluntários. A área está interditada e ainda há riscos de novos desabamentos.

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